Contos Sombrios

Lances de escadas incrustados na rocha sólida da gelada montanha, iluminadas apenas por uma fraca tocha que nossa guia carregava me deixavam nervoso e excitado enquanto descíamos as escadarias em um silêncio enlouquecedor. Foi quando Luciel quebrou o gelo.
_Desculpe por não perceber suas reais intenções antes Anita!
_Não se preocupe Hellsing não é a primeira vez que você desconfia da minha conduta não é mesmo? Retrucou a mulher de cabelos ruivos.
Não quis me meter nos assuntos daqueles dois, eu era apenas um coadjuvante ali, bom pelo menos era o que eu pensava. Anita parecia muito familiar e por algum motivo sentia que tínhamos uma forte ligação e que algo grande estava por vir. Descemos andando pelo interior daquela montanha por mais de uma hora seguida quando enfim chegamos a um grande corredor que dava para um salão enorme e iluminado. No meio da enorme sala havia uma mesa e vários homens e mulheres nos esperavam, na ponta da mesa estava um homem de uma grande e marcante barba negra, que disse:
_Ótimo agora nossa reunião pode começar!
Sentamos a mesa junto de todas aquelas pessoas quando de um canto da sala surgiu uma silhueta feminina, meus olhos se regozijavam com a imagem enquanto meu coração morto palpitava como se eu ainda andasse pelo sol, era Anna, minha amada Anna.
_Garoto! Meu garoto! Vejo que cresceu bastante em pouco tempo, venha e deixe sua mãe lhe saudar! Disse Anna colocando seus olhos envolventes no fundo de minha alma.
Fui logo ao colo de minha amada, vampiros tem uma estranha forma de se relacionar com seus criadores e criados, no caso de Anna era diferente ela cravou suas presas em meu pescoço e tomou uma dose de meu sangue amaldiçoado e em seguida me deu seu pescoço para que eu também tomasse o seu sangue, assim nos ligaríamos e nos entregaríamos um ao outro como dois imortais. Para um vampiro sua ligação com seu senhor ou com suas crianças é algo muito maior do que simples parentesco, ali está alguém que irá dividir a agonia da eternidade ao seu lado se você lhe pedir, e no caso de Anna era algo ainda maior, se tratava de uma criança nascida em uma ordem diferente da natural dos vampiros, claro se é que existe algo natural para um vampiro.
Minha ligação com Anna naquele momento se tornou algo maior do que amor, tudo ao meu redor era mais vivo, eu sentia o pulsar do sangue de Anna, podia saber o que ela pensava e o que ela sentia. Meu mundo se tornou Anna e por um breve momento enquanto o sangue agia em meu sistema pude esquecer toda agonia de viver para sempre. Foi quando uma voz me tirou desse transe.
_Venham todos à mesa, vamos dar início a reunião do circulo interno! Disse o homem de imponente barba negra.


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Washington da Silva Pacheco. Tecnologia do Blogger.